Chegamos na última “fatia” da Roda da Vida e, depois de termos um panorama mais detalhado de como anda o nosso cenário interno e externo, fica mais fácil trabalhar esse setor, porque é possível entender quais os potenciais que possuo – se já estão no nível que quero para esse momento ou se ainda quero maior desenvolvimento deles. Sei o que me falta em termos técnicos e culturais para galgar meu espaço social, pessoal e profissional, e para usufruir do espaço que já possuo.
Quanto ao desenvolvimento espiritual ou a minha relação com o todo maior ao qual pertenço, vou usar um trabalho muito interessante da Universidade de Stanford, do Núcleo de Psicologia Positiva, que, em uma explicação bem resumida, diz que se você quer ser realmente feliz, não pode simplesmente contar com a dose de felicidade herdada pelos seus genes, porque uns foram bastante privilegiados nessa herança, mas outros, muito pelo contrário… E que mesmo no caso de um presente de grego, em termos de herança genética, se trabalharmos algumas áreas e conceitos, conseguiremos ampliar a nossa capacidade de “fabricação” de felicidade. A diferença é que hoje estamos muito focados na felicidade do ter, do desfrutar a comida, a bebida, os prazeres – e, embora isso traga um tipo de felicidade para nós, é um tipo muito efêmero… Contudo, se além desse tipo mais efêmero, acharmos algo para criar, para nos envolvermos, algo que faça com que eu nem sinta o tempo passar, e algo (pode ser o mesmo assunto ou outro distinto) que faça com que o meu ato de acordar todos os dias tenha um significado além do meu mundinho diário, terei um nível de felicidade suficiente para viver bem.
E quando falo em algo que tenha significado, falo de algo que não é feito exclusivamente para mim, mas para o mundo. É ter uma causa ou propósito de vida. Pode ser plantar flores nas ruas da cidade para trazer mais beleza, umidade e combater o efeito estufa. Pode ser engajar-se num grupo de proteção animal, ensinar Matemática para crianças carentes, fazer um trabalho de inclusão social, visitar pessoas hospitalizadas levando um momento de conforto e de histórias alegres ou pitorescas, entre tantas outras coisas. E isso, pode ocorrer dentro ou fora de um grupo religioso. Se reparar, o importante é estar numa troca com o coletivo e melhorando seu senso de merecimento e de capacidade para contribuir para um mundo melhor.
Se percebo que estou cuidando do meu aprimoramento cultural, técnico e HUMANO, ganho um laço de amizade mais sólido e profundo comigo, o que melhora minha perspectiva e esperança em relação aos demais setores da minha vida, pois a sensação de merecimento, capacidade e valor próprio ficam saudáveis e atuando positivamente. E quando eu acho que estou em paz com a vida e fluo com a ela, a tendência é que a vida me devolva isso também.
Depois do detalhamento dessa fatia da Roda da Vida, vamos iniciar nossas perguntas:
1- Estou onde queria estar no meu Desenvolvimento Pessoal – tanto em nível cultural, como de Inteligência emocional?
2- Se não, o que falta desenvolver? Como posso fazer isso de modo harmônico com a minha vida atualmente e sem sobrecarregar a minha meta (a menos que essa seja a meta principal)?
3- O que posso fazer para exercitar mais esses setores de envolvimento e significado?