Dia desses li num livro: “Todos querem alguma coisa, mas nem todos sabem querer”.
O que não reparamos é que somos movidos, a todo instante, por crenças. Umas nos impulsionam, fortalecem e, por assim dizer, abrem nossos caminhos – chamaremos essas de Crenças Apoiadoras. Outras solapam nossas forças, minam o ânimo e a coragem, são as Crenças Limitantes.
Querer e crer são pares constantes e é muito interessante como podem criar combinações tão díspares – em alguns momentos formam uma união que garante o sucesso, enquanto em outros se ligam de modo a disparar a ‘bomba da frustração’… Já em outras vezes parecem defender posições contrárias, de modo tão apaixonado e embasado, que tornam nossas vidas cheias de correrias, urgências, desculpas e imprevistos, que no final das contas só gera estagnação e uma viagem à terra do Mais ou Menos: sonhos mais ou menos realizados, saúde mais ou menos equilibrada, um trabalho que até paga as contas, mas que não nos realiza, enfim, uma vida mais ou menos feliz.
Quando queremos ou projetamos uma coisa, há uma torrente de crenças que se manifestam prontamente no cenário. Se todas elas são ‘do mesmo bando’(ah sim, esqueci de dizer, as crenças nunca aparecem sozinhas, elas são sempre justificadas por outras crenças e apoiadas por uma mais poderosa que é a chefe do grupo) o resultado final da interação de Crer com o Querer aparece logo – como sucesso! Mas quando crenças de bandos opostos surgem no mesmo cenário, acontece uma espécie de cabo de guerra entre as crenças, ao mesmo tempo em que elas vão se mobilizando em torno do Querer – o que resulta em atitudes incongruentes e até em autossabotagens. O resultado desse cabo de guerra entre as crenças será o que colheremos no final, em forma de realização do desejo ou na frustração dele, mas, mesmo sendo favorável, a coisa acaba sendo mais demorada e muitíssimo mais cansativa, com um alto preço interno e, algumas vezes, também externo.
Crenças Apoiadoras geram autoconfiança, segurança, serenidade e equilíbrio. E esses recursos produzem imagens mentais e diálogos internos ricos, vencedores. Ao passo que as Crenças Limitantes geram resultados opostos.
Quer verificar esse conceito na prática? Reúna um grupo de crianças, no início do ano e pergunte pra elas- quem quer passar de ano – a resposta será um coro firme e afinado, gritando “Eu!”. Em seguida, pergunte quem daquele grupo acredita de verdade que vai passar de ano direto. Você vai perceber uma mudança nas fisionomias de algumas delas e na firmeza do coro de vozes.
Um outro exemplo muito bom acontece no mundo dos esportes. É fato que os jogadores de futebol treinam, e muito, cobranças de pênaltis, certo? Então, o que faz um jogador converter um chute em gol e o outro não? A Resposta – o estado interno dele, isto é, o conjunto de crenças reinantes naquele momento. Se o jogador olha para a rede, ao se preparar para o chute, com cara de já ganhei, pode ter certeza, a bola entra. Mas se o jogador olhar para a rede ou para a bola com nervosismo ou pouca energia, pode até tirar o goleiro de cena, que ele, ainda assim, se encarregará de chutar a bola pra fora. Podemos ver algo parecido em concursos, equipes de trabalho e no vestibular (que vai se assemelhar muito ao jogador frente à rede).
Para encerrar esses exemplos e fechar meu conceito, vou citar uma frase do livro Comer Rezar Amar, quando a personagem principal (Liz) está na Índia, seu amigo Richard do Texas lhe diz; “Você tem que escolher seus pensamentos com o mesmo cuidado com que você escolhe suas roupas”. Tudo bem que uns são mais apurados que outros na escolha de vestimentas, mas nunca soube de alguém que tenha ido curtir a praia de domingo em traje de gala ou que tenha ido a um culto religioso em trajes de banho
Adversidades? Sim elas acontecem, são o teste revelador do que já aprendemos com louvor e onde ainda se faz necessário uma revisão de conceitos, uma espécie de recuperação. Mas, a adversidade, em si, não é o que nos derruba, o principal fator é o nosso estado interno. E como manter as Crenças limitantes afastadas? Primando pela qualidade dos nossos pensamentos.
Nossa mente é como um jardim. O jardim é nosso, então cabe a nós cuidar do que queremos que floresça nele. E um bom primeiro passo é manter o foco em pensamentos bons, que nos levem a ricos estados de humor e criatividade.
E quando um pensamento ruim tentar surgir nesse jardim, assim que se der conta, mude conscientemente de pensamento – use uma música, a Matemática, um jogo ou uma conversa com alguém alto astral como ferramenta. Com o passar do tempo, sua mente vai entender qual o programa principal em que deverá se manter – o dos bons pensamentos, geradores de recursos, ou o dos medos, inseguranças que geram desequilíbrio emocional e diminuição da criatividade.