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Comunicação

Você já tentou traduzir uma frase de uma língua que ainda não dominava bem? Provavelmente essa pergunta te fez lembrar de alguma situação que descobriu que o óbvio não era assim tão óbvio, e acabou pego por um falso cognato: traduzindo “pretend” – em Inglês, por pretender (quando na verdade é fingir), ou “salada” – em Espanhol, por salada (quando na verdade é salgada). E se eu te dissesse que mesmo dentro do nosso idioma acabamos traduzindo comunicações de uma forma tão equivocada quanto os exemplos citados? Duvida? Vou te dar um exemplo real:

A mãe vai visitar o filho. No caminho, passa uma mensagem de texto: “Estou quase chegando, quer que passe na padaria e compre algo?” E o filho responde: “Não tem pão e queijo. Obrigada.”

A mãe chegou e encontrou a mesa posta e, com cara de incredulidade, pergunta ao filho o que faria com o pão e o queijo extra que havia trazido. E o filho retrucou; “Pra que perguntar, se não lê a mensagem?” E a mãe disse que justamente por ter lido é que foi à padaria. E o filho mais uma vez responde que se ela tivesse prestado atenção, teria visto que era pra não trazer, porque já tinha pão e queijo. A mãe, calmamente, diz ao filho, que se ele prestasse atenção, teria percebido que faltava uma vírgula após o NÃO, e que isso mudava toda a compreensão da frase, e os dois riram! Nesse caso foi algo contornável, só que existem situações onde o desfecho não é tão engraçado e simples.

A comunicação bem ou mal executada pode ser a diferença entre passar ou ser desclassificado em uma entrevista de emprego, achar uma solução aceitável para um cliente insatisfeito ou perder o cliente de vez, ser desculpado ou não por um acidente, conquistar ou não uma nova amizade ou um amor; é a diferença entre ser engraçado ou ser sem noção.

Existem algumas dicas de ouro no processo da Boa Comunicação:
• Use bem o seu tempo – na hora de falar, vale a pena gastar uns segundos extras para achar as palavras mais adequadas. Se for uma comunicação escrita, leia o seu texto antes de enviar, principalmente se for uma comunicação importante. O WhatsApp, por exemplo, pode mudar algumas palavras através do corretor de texto. Reler evita gafes e maus entendidos.

O óbvio precisa ser dito, lembre-se que, por mais que alguém te conheça, não é realmente possível entrar na sua mente, com precisão absoluta, e ‘ler’ o que está lá dentro, então, explicite o máximo possível a sua linha de raciocínio.

• Atenção ao escolher a pontuação que vai utilizar, isso faz toda a diferença na compreensão da mensagem. Já vi circulando nas redes sociais uma  brincadeira ilustrando isso – era uma frase grande e sem nenhuma pontuação: se o leitor fosse homem, ele colocava a vírgula (ou pausa, na leitura em voz alta) num determinado ponto da frase. Se fosse uma leitora, a vírgula era colocada automaticamente em outro lugar. E embora as palavras e a ordem em que apareciam fossem iguais, a vírgula posta num dado lugar ou no outro, alterava totalmente o sentido da frase.

• Diante de uma situação muito delicada ou complexa, se você for o receptor da mensagem, repita para quem a comunicou, o que você compreendeu e pergunte se entendeu corretamente. É melhor gastar um tempinho a mais e evitar um equívoco ou um ruído de comunicação, do que partir direto para ação e depois ter que refazer tudo ou acabar em meio a algo mais difícil de ser consertado. Da mesma forma, se for você a passar uma mensagem, uma instrução, quanto mais importante ou delicada for a ação envolvida, peça para que a pessoa repita o que foi dito. E, para evitar ferir suscetibilidades, aí vai a última dica desse artigo:

• Escolha trazer para você a responsabilidade da comunicação, assim: se recebeu a comunicação, e quer ter certeza de que o que a pessoa queria transmitiu e o que foi compreendido estão alinhados, pode utilizar algo como: ”Deixa eu ter certeza se compreendi certo o que me falou (e aí fala o que compreendeu)”.
Já se for você a passar a informação, peça que o interlocutor repita o que entendeu: “Pode, por favor, repetir o que compreendeu, para eu saber se expliquei bem a questão?”. Dessa forma, evita-se magoar ou mexer com possíveis fragilidades emocionais – o que por si só é um capítulo a parte no efeito da Boa Comunicação, mas isso é uma questão para outro artigo.

Faça esse treino e depois escreva para o blog contando o que mudou em consequência disso.

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